As dimensões 'alguém' e 'ninguém' das experiências - 21/01/2025
Recentemente, eu estava falando com alguém que está chegando ao fim de uma carreira bem-sucedida e gratificante. Ele disse que no trabalho tem se sentido tão motivado como sempre, mas de volta em casa ele tem estado sujeito a crises de depressão. Nós falamos sobre como a identificação com qualquer papel torna a separação daquilo algo doloroso. Eu falei sobre equilibrar a sensação de ser alguém com a consciência de não ser ninguém. No final da nossa conversa ele parecia energizado e disse que voltaria e tentaria aprender a ser ninguém. Eu disse não, não foi isso que eu disse a você. Não é uma questão de se tornar algo, nem mesmo nada. É uma questão de se sintonizar com o que sempre já é o caso.
Podemos estar cientes de formas e sons, quente e frio, gostos e desgostos, prazer e dor, e assim por diante. Cada coisa que é conhecida tem suas qualidades internas distintas. Mas o conhecimento em si, seja de fenômenos internos ou externos, tem apenas um sabor. A consciência não tem personalidade, não é ninguém em particular. Essa é a dimensão "ninguém" da experiência. Quando sabemos como continuar voltando para a consciência em si, como habitar nela, nossa vida muda. Podemos ser todos os tipos de alguém, podemos ser percebidos pelos outros como qualquer tipo de alguém, e não nos sentirmos constritos. Sozinhos, ou cercados por centenas de pessoas, nos sentimos à vontade.
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